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Manoel Ferreira Nobre em Mossoró

               No dia 10 de agosto de 1861, Pedro Leão Veloso, Presidente da Província, visitou a cidade de Mossoró, vindo do alto sertão. Em companhia do Presidente vinha o seu ajudante de ordens Manoel Ferreira Nobre, que viu e elogiou a Vila, achando-a agradável e de bom clima. No seu livro Breve Notícia Sobre a Província do Rio Grande do Norte, que segundo ele mesmo afirma, “baseado nas Leis, informações e Fatos consignados na História Antiga e Moderna”, publicado em 1877, traçou vários comentários sobre a então Vila de Santa Luzia de Mossoró. Breve Notícia Sobre a Província do Rio Grande do Norte é, cronologicamente, a primeira história do RN, obrigatoriamente citado em todos os compêndios de história e geografia que saíram posteriormente.                Manoel Ferreira Nobre nasceu, não se sabe se em Natal ou Ceará-Mirim. Sabe-se, no entanto, que batizou-se na Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, em Natal, no ano de 1824. Pouco ou nada se conhece da sua infância e adolescência. Descendente de tradicional família norte-riograndense, os Ferreiras Nobres, exerceu os cargos de vereador, deputado provincial, Oficial-Maior da Assembléia Legislativa Provincial, Capitão da Guarda Nacional, ajudante de ordens do Presidente Leão Veloso e encarregado da Biblioteca Provincial, no qual aposentou-se.                Em Breve Notícia Sobre a Província do Rio Grande do Norte, o capítulo VII é dedicado a cidade de Mossoró. Devemos aqui fazer um esclarecimento: quando de sua visita em 1861, Mossoró era Vila de Santa Luzia. Em 1877, quando publicou seu livro, Mossoró já era cidade, graças a Lei Provincial nº 620, de 9 de novembro de 1870. Vejamos como era Mossoró na época:                Sobre os costumes: “O povo se lança ao trabalho com uma atividade verdadeiramente pasmosa. Os rigores do tempo, a rudeza dos campos e a falta de braços não o fazem empecer. As mulheres distinguem-se por sentimentos sublimes, profundos e generosos. O luxo, esse cancro, companheiro fiel dos vícios, é completamente desconhecido da população de Mossoró”.                Sobre o comércio: De dia em dia, vai fazendo progresso espantoso.                Sobre a agricultura: O território da Cidade de Mossoró é fertilíssimo para todo o gênero de cultura.                Sobre a indústria: Um dos ramos de indústria de Mossoró, consiste na preparação de queijos. A borracha de mangabeira se está colhendo há dois anos, em diversos pontos do território da cidade. É uma indústria que promete um bom resultado. A fabricação de velas de cera, tiradas das carnaúbas, é um ramo da indústria que emprega uma grande parte da população, com muito proveito.                Sobre sal: “Seis léguas ao nordeste da cidade, encontra-se riquíssimas salinas de uma superfície de perto de 50 Km2 , produzindo uma quantidade de sal superior, o mais estimado dentro e fora da província. Calcula-se o sal fabricado em seis milhões de quilogramas, que, quase todos, são transportados para o centro no dorso de cavalos e burros, em comboios de até 200 animais.                Sobre a arquitetura da cidade: “Nas construções modernas, alguma coisa possui que honra a cidade. Já algumas ruas estão arborizadas”                Sobre jornal Ferreira nobre registrou: “Atualmente publica-se O Mossoroense, ignora-se a data do seu aparecimento. É político e consagra-se às questões locais. Publica-se uma vez por semana e a sua assinatura é de 6$000 por ano”.                Sobre hospedaria: “Hotel, no largo da Matriz. Proprietários Valério & Medeiros. Ocupam dois vastos edifícios nos melhores pontos da cidade, tendo quartos mobilhados, salas de jantar, etc. O tratamento é bom e variado o serviço de mesa”.                Exportação: “ Sal, courama, queijos, algodão, cera de carnaúba, grande quantidade de velas da mesma cera, chapéus de couro e esteiras de palha de carnaúba”.                Manoel Ferreira Nobre é considerado o primeiro historiador do Rio Grande do Norte e as suas informações sobre Mossoró é de grande importância para estudiosos modernos, pela riqueza de detalhes contidos em seu livro. Morreu no ano de 1897, com 73 anos de idade.                

  • 31/07/2009
  • por Geraldo Maia
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"A história de um povo não tem começo nem fim. O que conto aqui são trechos de uma História que pode começar a partir de alguns acontecimentos anteriores e terminar no meio de outros que estão apenas começando. E de trecho em trecho, vou contando a História do povo de Mossoró."

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