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Companhia Alfredo Fernandes Indústria e Comércio

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Eclesiastes 3:1   Tudo começou quando em 20 de abril de 1920 o Sr. Alfredo Fernandes se estabeleceu na cidade de Mossoró com a firma individual “Alfredo Fernandes”. Tinha como colaborador o jovem Pedro Fernandes Ribeiro, seu primo. A empresa estava situada inicialmente à Rua Cel. Gurgel, s/nº, Centro, e tinha como principal atividade o beneficiamento e a comercialização do algodão. Com trabalho e dedicação a empresa se desenvolveu rápido, tanto é que em 26 de julho de 1924, apenas 4 anos após a sua fundação, mudou a razão social para “Alfredo Fernandes & Cia.”, com a admissão de Amália Amélia Fernandes, na qualidade de sócia. Mudou também o seu endereço para a Avenida Alberto Maranhão, 1528 – Centro, em 1º de agosto desse mesmo ano. Com a expansão dos negócios, a empresa viu a necessidade de admitir novos sócios, e já em agosto de 1929 entrou para a empresa, na qualidade de sócios solidários, os senhores Antônio Christalino Fernandes e Ezequiel Fernandes de Souza e em 12 de setembro de 1949 os senhores Pedro Fernandes Ribeiro, Francisco Fernandes Senna, Aldemir Pessoa Fernandes, Raimundo Nonato Alfredo Fernandes, Dr. Antônio Martins Fernandes de Carvalho e Diego Cabral de Mello, mantendo ainda a mesma razão social. Com o falecimento do Dr. Antônio Martins Fernandes de Carvalho, foi admitido como sócio, aos 8 de agosto de 1958, o Sr. Aldo Fernandes de Souza. Em 16 de junho de 1964 a empresa muda mais uma vez a sua razão social, transformando-se em “Cia. Alfredo Fernandes Indústria e Comércio”. A sua diretoria ficou assim constituída: Ezequiel Fernandes de Souza, na qualidade de Presidente; Pedro Fernandes Ribeiro, Diretor Superintendente; Aldemir Pessoa Fernandes, Diretor Comercial; Aldo Fernandes de Souza, Diretor Financeiro; Francisco Fernandes Senna, Diretor Industrial; Raimundo Nonato Alfredo Fernandes, Primeiro Secretário e Diogo Cabral de Mello, Segundo Secretário. Desde seus primórdios, a Cia. Alfredo Fernandes Indústria e Comércio desenvolvia as atividades de compra e venda de algodão, peles de ovinos, caprinos e bovinos, cera de carnaúba e sementes de oiticica, fazendo transações com altos mercados do Sul do país, dos Estados Unidos da América e também da Europa. Mas outras atividades foram se abrindo, de modo que a empresa passou também a operar no setor industrial, se tornando, por vários anos, exportadora de óleos vegetais, especialmente o de semente de algodão com o aproveitamento dos subprodutos, tais como torta, casca, linter e borra de linter, que é a penugem que fica presa à semente do algodão após o beneficiamento. Não era fácil, no entanto, competir com a concorrência, principalmente as chamadas “três irmãs inglesas”: SANBRA – Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro, Anderson Clayton e Machine Cotton, que trabalhava em todas as etapas do processo algodoeiro, financiando agricultores, comprando e beneficiando plumas de algodão e produzindo óleo do caroço, produtos esses que eram vendidos não só no mercado interno, mas, principalmente, no exterior. Segundo o historiador e Mestre em Economia Tomislav R. Femenick, “na safra de 1969/70, a SAMBRA produziu sozinha 35% dos fardos de algodão do Rio Grande do Norte, o que a colocava na liderança do setor”. Além disso tudo, uma série de outros fatores contribuíram para que o setor entrasse em crise como por exemplo, a falta de crédito, falta de subsídios governamentais e a concorrência com a fibra sintética tais como o nylon, a viscose e o poliéster, produzidas pelo mercado concorrente, principalmente os Estados Unidos e a China, fizeram com que muitas empresas falissem. E a situação se agravou mais ainda no início dos anos 80 com a praga do Bicudo, um besouro de origem africana que dizimou plantações em todo o Estado. E a Cia. Alfredo Fernandes Indústria e Comercio, uma das mais sólidas empresas de Mossoró, também não resistiu. Encerrou seus negócios, depois de mais de sessenta anos de atividade.  Tinha cumprido o seu ciclo, pois como reza no versículo acima, “Tudo tem sem tempo determinado. “          

  • 29/01/2021
  • por Geraldo Maia
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"A história de um povo não tem começo nem fim. O que conto aqui são trechos de uma História que pode começar a partir de alguns acontecimentos anteriores e terminar no meio de outros que estão apenas começando. E de trecho em trecho, vou contando a História do povo de Mossoró."

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