Nesta data, 23 de abril de 2019, o pesquisador, escritor e historiador Raimundo Soares de Brito, o nosso “Raibrito”, completaria 99 anos de idade. E é sobre ele que falaremos hoje, pois Raibrito, além de ter sido o guardião do mais completo acervo histórico da região do Oeste potiguar, foi ele próprio história viva, testemunha ocular de diversos acontecimentos que marcaram a nossa história. Jorge Guillen, escrevendo sobre Federico Garcia Lorca nas “Obras Completas” do grande poeta, disse que “perto de Lorca não fazia frio nem calor, fazia Federico”. Digo o mesmo de Raibrito. Em sua residência, na rua Henry Coster, nº23, no Conjunto Walfredo Gurgel, onde ainda hoje é mantido o seu precioso acervo, perdíamos a noção do tempo. Às vezes chegávamos a ser inconvenientes, mas é que para os amantes da pesquisa, aquela casa era como um santuário, onde o discípulo buscava os ensinamentos do mestre. Nascido em Caraúbas/RN, no ano de 1920, chegou a Mossoró vinte anos mais tarde, onde permaneceu por quase toda a vida. Autodidata, costumava dizer que foi formado pela faculdade da vida. Seu interesse pela pesquisa começou quando, em seu treinamento para admissão como agente estatístico, em Natal, nos idos de 1041, foi levado a preencher dados sobre a história socioeconômica de Caraúbas, sua terra natal. O resultado dessas pesquisas foi “Caraúbas Centenária”, publicado em 1959 na revista comemorativa do Centenário da Paróquia de Caraúbas, pela Tipografia Centro de Imprensa S/A, de Natal/RN. Publicou, posteriormente, mais de cinquenta títulos pela Coleção Mossoroense. Mas não foi fácil fazer com que Raibrito publicasse os seus trabalhos. O professor Vingt-un Rosado, outro baluarte da cultura e editor da Coleção Mossoroense, contou essa história: “Um dia procurei-o. Sabia que ele estava escrevendo um livro sobre a história da região. Disse-lhe: Raimundo, tenho um saldozinho de uma verba da Sudene, quero publicar o seu primeiro livro. Você tem uma semana para me entregar os originais. Deu certo. ” Raimundo Soares de Brito foi Presidente da Academia Mossoroense de Letras, Membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, membro do Instituto Cultural do Oeste Potiguar, sócio fundador da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, além de fazer parte de outras entidades culturais. Recebeu, no dia 24 de abril de 2006, o título de Cidadão Natalense, por iniciativa do vereador George Câmara. Afinal, as homenagens foram uma constante na vida de Raibrito. Em 1995 recebeu o título de “Doutor Honoris Causa”, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, em 1997 ganhou o Diploma “Amigos da Cultura” e em 2002 o Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte entregou ao historiador a comenda “Alberto Maranhão”, numa homenagem pelos serviços prestados na catalogação incansável dos feitos que marcaram a cultura potiguar, em especial, a cultura mossoroense. “Todas as homenagens prestadas a Raimundo Soares de Brito foram mais do que justas e oportunas, por sua grandeza humilde e por seu abnegado trabalho”, declara o escritor Elder Heronildes da Silva. Raimundo Soares de Brito faleceu no dia 27 de novembro de 2012, na cidade do Natal, onde estava morando, aos 92 anos de idade. Foi grande o pesar da cidade pelo guardião da sua história. Que nossas orações possam iluminar sua alma, meu amigo, e que Deus Pai Todo Poderoso, o proteja.
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"A história de um povo não tem começo nem fim. O que conto aqui são trechos de uma História que pode começar a partir de alguns acontecimentos anteriores e terminar no meio de outros que estão apenas começando. E de trecho em trecho, vou contando a História do povo de Mossoró."
(Geraldo Maia)
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